A mudança depende de nós
- Izequias Rafael Amade
- 27 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
Com a Frelimo temos um autocratismo vestido de democracia, principalmente por causa da partidarização do Estado que faz com que o partido no poder faça e desfaça.
A polícia está comprometida com a Frelimo. Sempre que se organiza uma manifestação para criticar o regime, a PRM está sempre lá para lançar gás, sem justa causa.
A justiça está comprometida com o partido no poder. A PGR, por muito tempo, mostrou-se silenciosa acerca das dívidas ocultas, limitando-se a dizer que “estamos a investigar”. Porém, quando os EUA prendem o Chang vemos uma tentativa de defesa.
Normalmente, os ditadores procuram comprometer as instituições públicas com os seus partidos políticos para poder controlar o povo. Para tal, reina o apelo ao medo para intimidar e coagir os cidadãos a se conformarem com o regime, principalmente os funcionários públicos.
Há professores que votam na Frelimo por medo de perder emprego.
Há médicos que votam na Frelimo por medo de perder trabalho.
Há polícias que votam na Frelimo porque têm medo de serem demitidos.
Muitos dos funcionários públicos votam na Frelimo por medo, porque as instituições públicas foram partidarizadas e fazem ameaças aos funcionários.
Em vez de te levares pelo medo, levante-se para exigir mudanças. Levante-se para exigir seus direitos.
Todos os cidadãos têm direito de optar pelo partido que quiserem e de não serem demitidos pelo simples facto de preferir o partido X. Se votas pelo medo, não és livre e nem estás num país democrático.
O primeiro passo para apartidarizar o Estado é retirar o poder do presidente da república na justiça. Não deve ser o presidente da república que nomeia os juízes do Conselho Constitucional e os PGR’s. Quando o presidente tem esse poder, a tendência dos nomeados é de sempre mostrarem “simpatia” que depois se transforma em lambe-botismo. O nomeado procura defender o regime que o elegeu. O pior, é quando o presidente da república é também presidente do partido no poder (o que não é errado), pois ir contra o partido é ir contra o presidente.
Quem validou as eleições fraudulentas são juízes do Conselho Constitucional nomeados por Nyusi.
Quem faz investigações sobre as dívidas ocultas feitas pelo regime da Frelimo é a PGR nomeada por Nyusi.
E quem é responsável por combater a corrupção é a mesma justiça comprometida pelo partido no poder.
Desde que Nyusi entrou o que vi foi a depreciação do metical que resultou em altos preços no mercado, mas mesmo assim as pessoas continuam a defender (talvez por falta de conhecimento).
E o passo mais importante é saber que a mudança depende de nós, não de um partido político. A nossa capacidade de exigir mudanças e agilizar o governo é que pode mudar o país, independentemente do partido que esteja no poder.
Somos nós que temos que lutar contra a corrupção e falta de acções governamentais, através de manifestações e denuncias.
A situação do país não vai mudar se não exigirmos a saída da Frelimo. Com os tribunais comprometidos é quase impossível se invalidar uma eleição fraudulenta que favorece o regime da Frelimo. Portanto Nyusi não tem direito de governar devido às irregularidades registadas no recenseamento e nas eleições. Foram eleições inválidas.

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